Atletas paralímpicos brasileiros quebram recordes mundiais no Circuito Loterias Caixa de Atletismo

Atletismo

São Paulo, 26 de março – Neste domingo (26), o Circuito Loterias Caixa de Atletismo foi palco de duas quebras de recordes mundiais, apenas um dia após Jerusa Geber, velocista acreana da classe T11 (cegas), superar o recorde mundial paralímpico dos 100 metros.

No lançamento de dardo, a paulista Beth Gomes, da classe F53 (cadeirantes), estabeleceu uma nova marca internacional de 13,69 metros, ultrapassando o índice anterior de 11,89 metros obtido pela ucraniana Lana Lediedieva na Paralimpíada de Tóquio em 2021. Ana Cláudia da Silva, pernambucana da classe T42 (deficiência nos membros inferiores, sem uso de prótese), também brilhou no último dia do Circuito, realizado no Centro de Treinamento Paralímpico (CTP), em São Paulo. Ana Cláudia alcançou 4,13 metros no salto em distância, superando o índice anterior de 4,03 metros.

Ana Cláudia da Silva, que competiu na Rio 2016 e Tóquio 2020, comemorou muito a conquista do novo recorde mundial. “Estávamos fazendo saltos próximos a essa marca nos treinos e hoje tivemos a felicidade de conseguir esse feito. O trabalho do atleta é duro e árduo e chegar a um recorde mundial não é de um dia para o outro”, disse a atleta, que sofreu uma queda e fraturou o fêmur aos seis anos de idade.

No sábado (25), Jerusa Geber, medalhista em Pequim 2008, Londres 2012 e Tóquio 2020, superou sua própria marca, o recorde mundial da prova dos 100 metros da classe T11 (cegas). Geber completou a distância em 11s83, reduzindo em dois centésimos o índice obtido por ela mesma em 2019, também no CTP, em São Paulo. Apenas outras três atletas completaram os 100 metros em menos de 12 segundos nos últimos quatro anos: as chinesas Cuiqing Liu e Guohua Zhou, e a britânica.

“Estava perseguindo o recorde já no Grand Prix de Marrakech [Marrocos], início de março, que foi a primeira competição do ano. Mas era para conseguir aqui, na minha casa. Eu gosto muito desta pista e me sinto bem nela”, afirmou Jerusa, que nasceu totalmente cega.

Os recordes mundiais ainda necessitam de homologação pela World Para Athletics (WPA), ligada ao Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês). A expectativa é de que o trâmite ocorra em breve, uma vez que o Circuito atende a todos os critérios estabelecidos pelo IPC. O Circuito Caixa, idealizado e organizado pelo CPB, reuniu 324 atletas neste fim de semana (sábado e domingo), tanto na pista quanto no campo do CTP, em São Paulo.

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