Em meio à crescente tensão entre Taiwan e China, após a reunião entre a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara dos EUA, Kevin McCarthy, o governo chinês anunciou que começará a parar e inspecionar qualquer navio navegando pelo Estreito de Taiwan. A República da China (Taiwan) declarou que não cooperará com nenhum tipo de “busca e apreensão” por parte da Marinha do Exército de Libertação do Povo.
A decisão de Pequim segue o monitoramento das atividades militares chinesas por parte das autoridades taiwanesas, incluindo um grupo de ataque de porta-aviões a cerca de 200 milhas náuticas (370 km) do litoral da ilha principal. O governo de Taiwan instruiu os navios taiwaneses, incluindo serviços de carga e balsa, a não cooperar com as tentativas da patrulha chinesa de embarcar e inspecioná-los.
O ministro da Defesa de Taiwan, Chiu Kuo-cheng, sugeriu que a decisão da China de patrulhar o Estreito de Taiwan não era um exercício militar, mas sim uma tentativa de estabelecer um “novo normal” em termos de aplicação de sua lei doméstica em espaços marítimos mais amplos. A guarda costeira da China, que está sob o comando da comissão militar central, reivindica autoridade para parar e inspecionar embarcações na área sob uma controversa lei de 2021, embora não se acredite que o tenha feito antes.
A recusa de Taiwan em cooperar com as inspeções chinesas reflete a crescente tensão entre os dois lados do Estreito, exacerbada pela recente reunião entre líderes de Taiwan e EUA. O encontro em Los Angeles foi visto por Pequim como uma ameaça à sua reivindicação sobre Taiwan e uma degradação das relações China-EUA.
Enquanto isso, o consenso bipartidário no Congresso dos EUA reforça o apoio a Taiwan em meio às tensões crescentes com a China. A presença de legisladores democratas e republicanos na reunião de quarta-feira demonstra a importância da cooperação entre os EUA e Taiwan na promoção da liberdade econômica, paz e estabilidade regional.
Analistas alertam que a crescente tensão entre China e Taiwan pode acelerar a deterioração das relações entre EUA e China, com repercussões de longo alcance para a estabilidade global.