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Exército impediu desmonte de acampamento e dificultou prisão de golpistas, revela ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal em CPI

O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo Ferreira, afirmou em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal, que o Exército não autorizou o desmonte do acampamento montado em frente ao Quartel-General. Segundo o delegado, uma operação com participação de policiais do DF estava marcada para o dia 29 de dezembro de 2022, mas foi cancelada a pedido dos militares, que informaram que fariam a retirada por conta própria.

Ferreira relatou ter participado de diversas reuniões com o Comando Militar do Planalto para desmobilizar o acampamento, mas as ações eram suspensas. A pedido dos militares, o Governo do Distrito Federal forneceu apoio na organização do trânsito, limpeza, bombeiros e segurança nos arredores do local.

Em outro depoimento à CPI, o coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal, disse que o Exército dificultou a prisão dos golpistas envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro.

Ferreira também abordou a tentativa de invasão ao prédio da Polícia Federal no dia 12 de janeiro, afirmando que a maioria dos vândalos era de fora de Brasília e estava abrigada no acampamento. Questionado sobre a falta de prisões naquele dia, o ex-secretário respondeu que a prioridade era restituir a ordem pública e dispersar os vândalos.

A CPI aprovou convites para ouvir o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto, e o atual ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), Marco Edson Gonçalves Dias. Os generais podem recusar os convites.

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