O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou neste sábado planos de implantar armas nucleares táticas na Bielorrússia, segundo informações da emissora estatal Rússia 1, conforme relatado pela CNN. A construção de uma instalação especial de armazenamento para tais armas será concluída até o início de julho.
Putin revelou que Moscou já transferiu um sistema de mísseis de curto alcance Iskander – que pode ser equipado com ogivas nucleares ou convencionais – para a Bielorrússia. A Rússia também ajudou o país vizinho a converter 10 aeronaves para transportar ogivas nucleares táticas e começará a treinar pilotos para operar esses aviões no próximo mês.
A Bielorrússia, situada a oeste da Rússia e na longa fronteira norte da Ucrânia, é um dos aliados mais próximos de Moscou. O país não possui armas nucleares em seu território desde o início da década de 1990, após a transferência de todas as armas de destruição em massa da era soviética para a Rússia.
Durante a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, a Bielorrússia ajudou a Rússia a lançar seu ataque inicial, permitindo que as tropas russas entrassem no país pelo norte. Há temores de que a Bielorrússia possa ser novamente usada como ponto de partida para ofensivas ou que suas tropas se juntem ao conflito.
A comunidade internacional tem acompanhado com preocupação o aumento das tensões na região. Embora não haja garantia de que Putin seguirá seu plano de instalar as armas nucleares na Bielorrússia, sua intenção em fazê-lo já causa apreensão no Ocidente.
Desde a invasão da Ucrânia, o líder russo tem intensificado sua retórica, alertando sobre a ameaça crescente de guerra nuclear e sugerindo que Moscou poderia abandonar sua política de “não primeiro uso” de armas nucleares.
Em outubro, o presidente dos EUA, Joe Biden, abordou a questão das armas nucleares, indicando as graves consequências de seu uso na Ucrânia. Biden enfatizou a possibilidade de erros de cálculo e escalada rápida dos eventos, levando a um cenário de Armagedom.