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Senador do PT solicita prisão preventiva e reparação milionária por discurso de André Valadão

O senador Fabiano Contarato, líder do Partido dos Trabalhadores (PT) no Senado e único parlamentar LGBT+ assumido na casa legislativa, tomou uma ação decisiva em resposta ao discurso de ódio proferido pelo pastor André Valadão. Em uma publicação feita agora há pouco em sua conta oficial no Twitter, Contarato anunciou que seu mandato recorreu ao Ministério Público Federal (MPF) para solicitar a prisão preventiva de Valadão e uma reparação no valor mínimo de R$ 1 milhão por danos morais coletivos, destacando que as ofensas não se restringiram a um indivíduo, mas atingiram todo o grupo de pessoas LGBTQIA+.

Entenda o caso

Valadão declarou durante sua pregação: “Esta porta foi aberta quando tratamos como normal aquilo que a Bíblia já condena. Agora é a hora de tomar as rédeas de volta e dizer: Pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais… Ele diz, ‘já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’, agora tá com vocês”. O pastor foi aplaudido pelos fiéis e reforçou sua mensagem, insistindo: “Você não pegou o que eu disse: agora está com você. Eu vou falar de novo: está com você”.

Contarato, o único senador assumidamente LGBT+ no Senado, reagiu veementemente aos comentários de Valadão, afirmando que não pode se calar diante do crime praticado pelo pastor. Ele destacou que Deus jamais incentivaria discursos de ódio ou assassinatos em massa e anunciou sua intenção de processar criminalmente o pastor.

O discurso homofóbico de Valadão levou seu nome ao topo dos assuntos mais comentados no Twitter, gerando ampla repercussão nas redes sociais. Diversos políticos também se manifestaram contra as declarações do pastor. Gleisi Hoffmann, presidenta do PT e deputada federal pelo Paraná, afirmou que Valadão deve ser punido por incitar a violência contra homossexuais, lembrando que ele já havia mentido anteriormente sobre o fechamento de igrejas por parte do ex-presidente Lula durante as eleições.

A deputada Maria do Rosário, do PT do Rio Grande do Sul, acusou o pastor bolsonarista de incentivar o genocídio e expressou solidariedade à população LGBT+ frente aos ataques. Por sua vez, a deputada Sâmia Bomfim, do Psol de São Paulo, chamou Valadão de covarde por se aproveitar de estar em outro país para incitar os fiéis a cometerem atos de violência contra a comunidade LGBT+.

Outros momentos em que André Valadão fez discurso contra comunidade LGBT+

Essa não é a primeira vez que Valadão ataca a comunidade LGBT+. No início de junho, ele conduziu um culto intitulado “Deus odeia o orgulho”, durante o mês do orgulho LGBT+. Durante a pregação, ele afirmou que os evangélicos acreditam no “poder do arrependimento”, contribuindo para o estigma de que a orientação sexual seria uma escolha.

A deputada Erica Hilton, do PSL de São Paulo, denunciou Valadão ao Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) naquela ocasião, uma vez que a Igreja Batista da Lagoinha tem sua sede em Belo Horizonte. Hilton destacou que “Deus não odeia o orgulho” e enfatizou que são os falsos líderes religiosos que propagam ódio contra populações vulneráveis, disseminando desinformação e estereótipos prejudiciais.

Esses recentes incidentes revelam um padrão de ataques homofóbicos por parte do pastor André Valadão, que utiliza sua posição de influência religiosa para propagar mensagens de ódio e violência contra a comunidade LGBT+. Suas declarações são não apenas ofensivas, mas também perigosas, pois podem incitar ações violentas e discriminação contra pessoas homossexuais.

A atitude de Fabiano Contarato em buscar medidas legais contra Valadão é um passo importante na defesa dos direitos LGBT+ e no combate à disseminação do discurso de ódio. Além disso, a reação de outros políticos, como Gleisi Hoffmann, Maria do Rosário e Sâmia Bomfim, evidencia a preocupação com a promoção da violência e o apoio à comunidade LGBT+.

Esse episódio também levanta questões sobre os limites da liberdade religiosa e a responsabilidade dos líderes religiosos em relação às suas palavras e ensinamentos. Embora a liberdade de expressão seja um direito fundamental, incitar a violência e disseminar o discurso de ódio não está protegido por essa liberdade. É necessário que líderes religiosos, assim como qualquer indivíduo, sejam responsabilizados por suas ações quando estas ultrapassam os limites da dignidade e promovem a discriminação e a violência.

A comunidade LGBT+ enfrenta desafios constantes na busca por igualdade e respeito, e discursos como os proferidos pelo pastor André Valadão representam retrocessos nesse caminho. É fundamental que a sociedade como um todo se mobilize para combater a homofobia, promover a inclusão e garantir os direitos humanos de todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.

Fonte: Rede Brasil Atual

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