As equipes de socorristas no Japão estão em uma corrida contra o tempo em busca de sobreviventes após um terremoto de magnitude 7,5 que atingiu a prefeitura de Ishikawa na ilha de Honshu na segunda-feira. Até agora, as autoridades confirmaram a trágica morte de pelo menos 62 pessoas, com mais de 300 feridas, sendo 20 em estado grave.
O terremoto, que desencadeou ondas de tsunami com mais de um metro de altura, provocou um incêndio de grandes proporções e destruiu estradas, principalmente na península de Noto. Imagens de satélite divulgadas na quarta-feira destacam a extensão da devastação, com várias centenas de edifícios consumidos pelo fogo e casas reduzidas a destroços em cidades como Wajima e Suzu.
O primeiro-ministro Fumio Kishida, em uma reunião da força-tarefa de emergência na quarta-feira, enfatizou a urgência da situação, observando que mais de 40 horas se passaram desde o desastre. Ele instou os socorristas a intensificarem os esforços, considerando os tremores secundários e as condições climáticas adversas que complicam as operações.
“Os esforços de resgate estão sendo feitos pelas autoridades locais, polícia, bombeiros e outras unidades operacionais, enquanto o número de pessoal e cães de resgate é aumentado. No entanto, pedimos que você permaneça plenamente consciente de que estamos em uma corrida contra o tempo e continue fazendo o máximo para salvar vidas, colocando a vida das pessoas em primeiro lugar”, declarou Kishida.
Chuvas fortes após Terremoto
O alerta de chuvas fortes emitido pela Agência Meteorológica do Japão (JMA) adicionou pressão à operação de resgate. “Fique atento a deslizamentos de terra até a noite de quarta-feira”, alertou a agência.
Masuhiro Izumiya, prefeito da cidade costeira de Suzu, descreveu a situação como “realmente catastrófica”, mencionando que quase nenhuma casa estava de pé. Relatos da mídia local indicam que cerca de 90% das residências na cidade foram totalmente ou quase completamente destruídas.
A falta de energia afetou quase 34.000 famílias na prefeitura de Ishikawa, enquanto muitas cidades enfrentavam a escassez de água corrente. Os trens-bala e as rodovias Shinkansen retomaram as operações após várias interrupções que deixaram milhares de pessoas presas.
Apesar da tragédia, observadores destacam a prontidão e preparação da população local diante de desastres naturais. Toshitaka Katada, professor especializado em desastres da Universidade de Tóquio, ressaltou que os japoneses, devido à experiência recente com terremotos, estão entre as pessoas mais preparadas do mundo para enfrentar situações de emergência.
O Japão, que enfrenta centenas de terremotos anualmente, lembra com dor o devastador terremoto e tsunami de 2011, que deixou milhares de mortos e desencadeou o desastre nuclear em Fukushima. Enquanto as equipes de resgate continuam sua incansável busca por sobreviventes, o país permanece em estado de luto, recordando as lições dolorosas de seu passado sísmico.