Trégua Ameaçada e Perigo Biológico Iminente no Sudão

Ataques aéreos e combates intensificados colocam em risco cessar-fogo, enquanto laboratório apreendido gera alerta de possível ameaça biológica
Sudão, risco biológico
Foto: Redes Sociais

Ataques aéreos e combates intensificados ameaçam uma trégua delicada no Sudão, enquanto um trabalhador humanitário sênior alerta para um potencial “enorme perigo biológico” decorrente da apreensão armada de um laboratório de Cartum que contém doenças mortais. A trégua de 72 horas, iniciada na segunda-feira à noite, visa proporcionar alívio à população do país, permitir o acesso aos cuidados médicos limitados e possibilitar a evacuação de pessoas afetadas. No entanto, três tentativas anteriores de cessar-fogo falharam ao longo de 11 dias de conflito. Até o momento, pelo menos 459 pessoas foram mortas e mais de 4.000 feridas, segundo agências da ONU.

Na terça-feira, ataques aéreos atingiram a cidade de Omdurman, e uma clínica privada foi atingida por um foguete antiaéreo, ferindo 10 pessoas. A violência colocou unidades do exército leais ao governante militar, general Abdel Fattah al-Burhan, contra as Forças de Apoio Rápido (RSF) lideradas por Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti. Milícias do vizinho Chade foram relatadas juntando-se ao conflito.

Hospitais na fronteira com o Chade foram fechados devido à falta de medicamentos, e o acesso ao laboratório nacional de saúde pública foi bloqueado. A instalação contém amostras de patógenos, como sarampo, cólera e pólio, e outros materiais perigosos. Confrontos paralisaram hospitais e outros serviços essenciais, deixando muitos moradores presos em suas casas com suprimentos de alimentos e água cada vez menores.

A violência também afetou os esforços humanitários da ONU, que foi forçada a reduzir algumas de suas atividades. Cinco trabalhadores humanitários foram mortos desde que os combates começaram. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha pede aos países que continuem pressionando o Sudão para encontrar uma “solução duradoura”.

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