Ucrânia agradece esforços de Lula para encerrar guerra, mas reitera que não cederá território à Rússia

Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia agradece o empenho do presidente brasileiro na busca pela paz, porém descarta ceder qualquer porção de terra à Rússia
Brasília (DF), 13/02/2023 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia de assinatura de decretos recriando o Programa Pró-Catador de materiais recicláveis.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, agradeceu nesta sexta-feira (7) os esforços do presidente brasileiro Lula para tentar pôr fim à guerra na região. Nikolenko, no entanto, reiterou que a Ucrânia não cederá “um centímetro” de terra à Rússia.

A declaração ocorre após Lula afirmar na quinta-feira (6), em um café da manhã com jornalistas, que o presidente russo Vladimir Putin “não pode ficar com o terreno” invadido na Ucrânia, mas que “talvez nem se discuta a Crimeia”, uma das regiões ucranianas invadidas pela Rússia em 2014.

“A Ucrânia agradece os esforços do presidente do Brasil para encontrar uma solução para parar a agressão russa. Ao mesmo tempo, temos de notar claramente: a Ucrânia não comercializa os seus territórios”, publicou Nikolenko em uma rede social. “Não há nenhuma razão legal, política ou moral pela qual temos de ceder pelo menos um centímetro de terra ucraniana”, acrescentou.

Lula tem defendido que haja um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, e propôs a criação de um “clube da paz”, formado por países responsáveis pelas negociações. Nesse contexto, o assessor especial de Lula para assuntos internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim, foi à Rússia discutir a guerra com assessores de Putin, conforme informou o colunista do G1 Valdo Cruz.

No entanto, a Ucrânia enfatiza que não aceitará a paz “a qualquer custo”. Anatoliy Tkach, representante da Ucrânia no Brasil, declarou em fevereiro deste ano que um eventual acordo com a Rússia depende da saída das tropas de Putin dos territórios ucranianos.

“A Ucrânia está se defendendo no seu próprio território, defendendo seus cidadãos. A Ucrânia deixou claro que não aceitará a paz a qualquer custo. Não vamos concordar com nada que mantenha os territórios ucranianos ocupados e coloque nosso povo em dependência da vontade do agressor”, afirmou Tkach. “Apaziguar com o agressor levaria a mais atrocidades. Precisamos de mais equipamentos, militares e munições”, completou.

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